Boca de rio : Olho-d’água

pálpebra abrindo um poucohumano nasce um rioum olho-d’água olheirocabeça nascedouroou manadeiro fonteque cresce proliferagera – mãe-d’água etc. e pálpebra fechandoou estalada estanqueassim é que ele morrealgo exalando aforaum delta boqueirãobarra estuário fozboca de rio etc.se não minguar na secase não morrer à mínguasob a devastação mas nesse fim jamais termina a velha minase arranja terra adentrovira tudo que viranome de nimbo névoalago laguna mare nesse … Continuar lendo Boca de rio : Olho-d’água

Anacreonte & Anacreônticas, por Leonardo Antunes

Segundo a tradição, Anacreonte nasceu na cidade jônia de Teos, na Ásia Menor, por volta da metade do século VI a.C. Por conta dos ataques de Harpago, general de Ciro, contra as cidades gregas da região, os habitantes de Teos se viram obrigados a fugir, tendo rumado para a Trácia, onde fundaram Abdera em 540 a.C. A própria obra do poeta parece fazer menção a … Continuar lendo Anacreonte & Anacreônticas, por Leonardo Antunes

Geoffrey Hill (1932-2016), por Érico Nogueira

O Dificultoso Geoffrey Hill Somos difíceis. Os seres humanos somos difíceis. Difíceis para nós mesmos, difíceis uns para os outros. – E um mistério para nós mesmos, um mistério uns para os outros. Topa-se com muitíssimo mais dificuldade real num dia comum do que na mais “intelectual” das obras de arte. Por que julgam que a poesia, a prosa, a pintura, a música devam ser … Continuar lendo Geoffrey Hill (1932-2016), por Érico Nogueira

Crystal Valentine, por Tom Jones

Crystal Valentine é uma poeta queer nascida e criada no Bronx e atualmente vive em Boston, Massachusetts. Escritora, ativista e educadora, formada pela NYU, Crystal é vencedora pelo terceiro ano consecutivo, do Grand Slam de Poesia da NYU, e do College Unions Poetry Slam Invitational. Foi laureada como poeta jovem em 2015 pela NYC e está em nono lugar no ranking de mulheres poetas por … Continuar lendo Crystal Valentine, por Tom Jones

“Mãos” de Sarah Valle, por Natalia Borges Polesso

“Um corpo que dói é um corpo estrangeiro, que precisa de tradução no mundo das pessoas que não sentem dor. O corpo que dói reserva uma parte de suas energias apenas para se erguer, manter-se indiferente. Esse ruído constante lhe rouba uma fração da sensação do real, alguma coisa do real está perdida, um tanto de devaneio, um tanto de presença, um tanto de memória.  … Continuar lendo “Mãos” de Sarah Valle, por Natalia Borges Polesso

Simônides de Ceos, por Guilherme Gontijo Flores

Embora seja quase certo que Simônides tenha nascido na ilha de Ceos, praticamente não temos nos fragmentos nada que indique uma produção poética voltada para a própria pátria. Não à toa, Luísa Nazaré Ferreira, no seu trabalho de 2013, vai estudar exatamente a mobilidade poética antiga a partir de Simônides. Temos indicações de poesias feitas para diversos pontos da Grécia, de Andros e Eubeia até … Continuar lendo Simônides de Ceos, por Guilherme Gontijo Flores

Do som ao traço: o aspecto musical como processo de composição do poema, por André Capilé e Sergio Maciel

Tradicionalmente, nos Estudos Clássicos, a questão da oralidade tem sido um problema. Pelo menos até o século XX, as abordagens eram muito mais voltadas ao texto em si, à sua realização literária, ao papel. A filologia era um campo quase absoluto, sobretudo entre os classicistas alemães, extremamente importantes para o cotejamento atual de manuscritos e da filologia românica, que ganhou força no século XIX. É … Continuar lendo Do som ao traço: o aspecto musical como processo de composição do poema, por André Capilé e Sergio Maciel

Chiyo-ni (1703-1775)

Também conhecida como Chiyo-jo, Kaga-no-Chiyo, Soent etc., nascida em Matsutō, na província de Kaga (ao sul da atual prefeitura de Ishigawa), em 1703, Fukuda Chiyo-ni foi uma grande poeta do haiku japonês, um dos poucos nomes femininos da era pré-moderna desse gênero poético tão difundido pelo mundo. Diz a lenda que ela começou a escrever com sete anos de idade, que se entregou ao estudo … Continuar lendo Chiyo-ni (1703-1775)

Emilio Villa (1914-2003), por Nayana Montechiari

Um expoente entre os poetas do Novecentos, Emilio Villa viveu clandestinamente e sua obra dispersa e pouco conhecida, intencionalmente. Aldo Tagliaferri, seu amigo e biógrafo, definiu-o perfeitamente: “Il Clandestino”. Emilio Villa (1914-2003) foi poeta, tradutor, crítico de arte, grande conhecedor de línguas semíticas, da língua italiana ou Ytaglyana (o que considerava uma língua de escravidão), do milanês, inglês, francês, grego, latim e até do “português … Continuar lendo Emilio Villa (1914-2003), por Nayana Montechiari

Naomi Shihab Nye (1952-), por Annie van der Meer

Naomi Shihab Nye (1952-) nasceu em St. Louis, Missouri, filha de mãe americana e de pai palestino, refugiado. Poeta, ensaísta e professora universitária, Nye cresceu entre San Antonio, Texas, onde vive e leciona até hoje, e a Palestina, onde passou parte da adolescência com a família de seu pai. Entre poesia, prosa, e livros infanto-juvenis, já publicou mais de 30 livros, além de editar antologias … Continuar lendo Naomi Shihab Nye (1952-), por Annie van der Meer